quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Destino Sóbrio

Entendo teu desejo pela superfície do meu coração, sei que pode me fazer feliz, pois está expresso em teus olhos a bondade rara, mas entenda que não quero estar acompanhado pelos caminhos perigosos que traço.
Há dias atrás, a chuva tomou conta do meu quintal, os coqueiros altos da praça pareciam bailar violentamente pelo vento fortíssimo, então me retirei do banco sentindo-me ameaçado.
Hoje o calor aquece até a alma, coisa que em mim já é natural, mas sobre essa quentura me pego de rosto vermelho, estou assando, sentindo-me ameaçado.
Há dias atrás me via submisso a um amor, foram Outubros que passaram independente de calor ou chuva, mas me acalentavam os pássaros, eu me via enrolado em braços acolhedores, agora ausentes.
A natureza é a eterna representação do quanto mudanças trazem a certeza da evolução. Ela nos oferece o que pudermos alcançar, ela está para nós.
Se o futuro vier a me surpreender, e eu perceber que estou só, sem os amores que um dia me valorizaram e não foram correspondidos, não será ironia do destino, e sim escolha própria.

Quem Com Palavras Fere, Fisicamente Será Agredido...

Andei refletindo muito agora que percebi algo:
O fato é que odeio a atitude repugnante de bater no rosto de alguém.
E ultimamente, pensando bem, recebi tantos... E nem devolvia.
Só porque odeio esse ato opressor, seja em meus amigos, em animais, em si próprio ou em mim, desconsolado.
Onde um ser desses acha que vai chegar enfiando a mão na cara dos outros?
Que ato mais covarde e que falta de argumento, seria melhor ofender com palavras que atingem a alma pelo menos, ao invés de agredir fisicamente.
Humilhante, e que me faz refletir muito sobre os meus valores na vida a ponto de não esquecer o fato aberrante por nada e nem por ninguém, seja quem for ou o que for...
Aqui estou. Torturando a mente em busca de sentimentos passados que me corroeram, somente pra escrever dedicadamente sobre tapas na cara que tomei.
O que leva alguém a cometer esse ato sujo?
Existe “combate de palavras”, como numa guerra, mas as armas são frases destrutivas e inteligentes. Dois guerreiros perspicazes ferindo um ao outro diretamente na alma. Coitado da alma fraca no momento da batalha, o sangue seria as lágrimas jorradas ao solo sem dó.
Algumas palavras matam na hora de tão poderosas que são seus efeitos, enquanto outras passam despercebidas pelo senso, Joana D´Arc convenceu o exército inimigo a recuar antes de iniciar mais derramamento de sangue, pois suas palavras ecoaram no interior do inimigo. Basta lembrar da ditadura que impôs o estilo de vida americana aos Brasileiros, quantos protestantes, músicos e escritores foram exilados para fora, somente por terem lutado com as palavras. Receberam em troca a agressão física. Para uns, o ato pode vir a servir como um tipo de “chaqualhão”, pra acordar de forma espontânea, já que no caso, as palavras não serviram.
Há quem goste também desse ato repugnante, por fetiche mesmo.
Bom, as palavras são extremamente perigosas às vezes, bem ditas, mal colocadas, sempre provocam reações ao serem cuspidas pela boca. Ultimamente ouvi tanto desaforo que perdi a linha de raciocínio, e minha sanidade junto, olha que é difícil me tirar do sério, mas desferi um desses tapa de rancor, mas logo em seguida me senti um animal irracional, e em meu peito o coração dava tapas-chaqualhão!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Soneto A Prudência

No meu juízo está a raiz do amor
Fonte de vida a tanta prudência
Pois digno é o meu cuidar
E justo minha insônia

Só não tão prudente vou agir
Sendo o sonho teu a verdade nua
Preponderância da realidade oculta

Hoje em dia é até sagrado ser desleal
Apático é o sangue envenenado pelo adultério
O amor que era puro está impuro aos dois
E a desavença nasce no pobre coração

Prudência! Para evitar o detrimento maior
Prudência! Que corrompe o ato devasso
Prudência! Ao amar quem não ama a si

(Aos pecadores que julgam)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Solidão Que Nada


Eu queria mesmo é não sair desse mundo dos loucos.
Dentro de mim é um caos de loucura,
E aqui fora procuro esse mundo louco.
Pena mesmo é ter que voltar pra realidade louca de ser:
Louco enganando louco jurando sanidade.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Lábia

Para com esse papo fajuto
Essas palavras banais
Tão complicadas razões
Condições incondicionadas


Você se torna o oposto do que é
Não sei pra que preservar esse rótulo
Sendo que você aceita-se como é
Seus conceitos enganam somente você

Estar num dilema monótono
Só torna a conversa no monólogo comum
Comum de ser um ser incomum no século XXI
Um ser fabricado pra sociedade paradigmática

É preciso nascer de novo então
Sendo realmente o que nasceu pra ser
E numa viagem submissa ao seu ser
Conviver com seu verdadeiro eu.