sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vazio Existencial

O difícil é quebrar minha estrutura tão bem sustentada.
Eu não mudei meu ser, a vida que muda a cada dia.
Apenas reação da ação de alguém e com isso sofremos.
Tem quem tenha de tudo e acha pouco.
Outros não querem mais do que já possuem.
Ainda neste fluxo obsessivo de querer sem fim prévio
Há quem teve e não deu valor.

Peguei-me cheio de um vazio.
Vazio comum que propaga eficientemente em mim.
O que torna esse vazio meu numa arte
É o fato de assumi-lo e usa-lo pra inspirar...
Até todo esse vazio interior
Alojado em minhas entranhas torna-se arte.
Tanto vazio e preenchimento absorvido:
Ferramentas pra compreender o mundo

Acho que o meu problema seja o mesmo que o teu,
A falta que faz a conquista da eternidade!
Quero ser lembrado imortalmente por séculos sem fim:
E não fazer pra ser esquecido.

"Serei sempre um solitário, não importa com que me relacionar, estarei eternamente em crise existencial". James Dean

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Seus Olhos Amigos

Seus olhos amigos
Seus olhos, dois lindos meninos
E bem colocados, ajustados, combinados
Com seus traços, de rosto afetivo
Dois pares verdes de uma imensa alma refletida
Pelos teus olhos, eu vejo o todo.

Sei que já te disseram isso
Claro que sim
E aposto que se surpreenderam mais ainda
Quando descobriram a personalidade maravilhosa que você é

E teu amor pode se considerar a pessoa mais pessoa do mundo
Por ter você, de verdade, do lado
Será que ele sabe o quanto você é verdadeiro?
Será que é a unica pessoa que consegue te ver como és realmente
E gosta de você por isso?
Serão teus olhos ou a forma inteira do que é o amor que você representa?

Se os olhos são apenas os portais, os refletores
Eu preferia que meus caminhos fossem iluminados por essa paz
Tão certa, segura e refletida, o faról pro teu amor
Há muito mais aí do que eu vejo ou que você me permitiu ver
Até o que não tenha me mostrado, mas eu vejo tudo assim
Libidinoso como exaltação do meu corpo
Doce como a minha percepção, seus olhos, o portal do amor.

Pedras Não Choram

E novamento desconto o troco com troco,
Sem querer lembrar dos seus erros,
É nisso que dá quando duas crianças
Resolvem namorar, parece até inocência.
Mas é mais que insanidade, é de vontade própria
Isso não vai ter um fim nunca, virou vício.

Talvez chegou a hora de crescermos;
Assumirmos as responsabilidades;
Desamarrar esses nós e voltarmos a realidade,
Admitindo o delito que cometemos, e cometeremos ainda.
Nossos olhos não se encontram mais,
Não há canção alguma que me faça voltar a chorar.
Somente desespero e uma vaga sombra de desgosto.
Eu só tenho vinte e dois e o tempo não vai me esperar.

Erramos, não somos almas gêmeas.
Nem metade de nada, nunca seremos, somos pedras.
Nem uma demonstração de amor, e sim um monólogo.
Nada de dor, mas satisfação nessa inimizade.
Uma competição de cegos.
Uma chuva num dia ensolarado.
Um perdão que nunca pode se perdoar.
Um amor que nunca soube o que é amar.

Somos vermes inúteis desse amor
Caçando e devorando carne fresca
Em pleno auge de convivência.
Pedras não choram!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Pedra Preciosa Da Lua

E seus olhos não negam a atração
Neles eu me refúgio
Como a luz do sol Transcendente
Difundi-se na lua após a aurora

Certo dia, refletindo os dilemas da vida,
Passeando os olhos a admirar a soberania noturna
Percebi, exaltado a luz escassez na lua,
Certos brilhos humanos já me absorveram a alma

É paixão poética admirar tal satélite natural
Se meus delitos não fossem de amor por amor
Ela mesma me julgaria desumano, incompreensível,
Lucerna perdida nas sombras dessa massa triste

Pedra preciosa e indefinida que foi atirada dessa amada minha
Veio como Fenômeno em chamas ardentes com toda violência
Acertou-me na solidão contida que empoeirava a esperança
Como se ouvisse o meu pranto desde que aprendi a sofrer

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Lago Na Sala

E exausto me entrego a essa cama de sala, seus pés estão banhados por um lago...
Assim faço do vermelho sangue esse sofá que seca meu suor, meu capital sem preço.
O lago na sala.
Entrego-me aos luxos da preguiça sagrada, verdadeira.
Como todas as noites após um dia arduo de trabalho.
Sem realmente saber quem eu sou, paro pra buscar-me nessa monotonia contra o tempo. É uma busca enfreada sobre mim, constante descobertas sobre meu ser.
E olhando pro teto cada vez mais próximo, encontro no inconsciente a consciencia da alma através do universo singular, profundo e teológico, particular e felizmente, eu.
Mas ainda restam dúvidas sem prioridades, como choveu aqui dentro?

O Teatro De Deus

Tem dias em que tudo está contra você
Parece até que Deus te abandonou no nada
Afinal é vazio e sem sentido a sociedade
E isso já está tão comum a cada novo dia
As pessoas me amam na intenção de moldar
E eu que amava tanto você, não sinto mais
E mesmo assim queria querer estar ao teu lado
Apesar de você ter idade a mais
Aparenta tanta insegurança
Confunde a mentira com a verdade
Troca amigos pela inimizade
Desconhece o amor e a falsidade
Perdoa sem razão

A vida é um palco de absurdos
Uma peça sem roteiro
Onde os atores improvisam
A eternidade
No teatro de Deus

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mal Me Quer

Se os seus lábios não devoram mais os meus
Somente resta o prazer desse físico
Abrangendo a contradição dessa amizade
Produzindo cacos de vidro a cada lágrima concedida

Se os lábios não tão cegos de amor como beijavam
Sentem um gosto aflito e desejam continuar calados
Sem ao menos a abstinência da saliva os molhar
Transtornando o juízo dessa pobre sanidade

É porque, meu amor,
Voltamos do paraíso
Numa incerteza da personalidade.

No rio negro da amargura onde perdemos o respeito:
Afogamos nossos corações oprimidos
E a margarida não produziu a pétala do bem

Categórico

Sentir prazer em compreender
É se jogar ao vento e ser levado pelo empirismo escasso
E as folhas que cairam no outono parecem saber pra onde vão.
Afinal, que fim levou a personalidade do ébrio na noite?!

Meu amor, você está mais pra mar dentro duma gota
Do que simplesmente uma partícula dentro do mar.
Versos arrazoados é o que componho agora.

De certo que o Sol nasce pra partir ao inicio da claridão da noite.
De certo, tão certo quanto não estar certo da certeza subjetiva,
É se queimar com o próprio fogo da paixão,
E somente sonhar com atos que não se concretizam na realidade absurda.

Ter certeza do que se quer, ainda que seja complexo demais; razão pra viver.
A categórica reflexão julga o que não se exterioriza, mas quer...
Somente por ainda conter em si um medo vil.